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sábado, 15 de outubro de 2011

C'est la vie.

Cansei de esperar por mudanças, de acreditar no futuro, das pessoas, e do que elas fazem comigo. Cansei de tudo e de todos. Não aguento mais esse delírio febril que é a vida, tão entediante quanto o vento batendo contra uma parede. Simplesmente cansei de tudo e de todos. Cheguei a um ponto em que me cansei da vida, e da ideia do suicídio também.

Não existe mais o que fazer. Lágrimas não tem mais motivos, muito menos se elas forem quase trazidas a tona pela solidão constante do esquecimento alheio sobre a sua existência. Foda-se o passado e o futuro, o agora e o daqui um segundo. Chega de desculpas, de mentiras brancas, de criar uma vida para ser transmitida aos que nem prestam atenção ao esforço do ator cansado e depressivo.

Pobre palhaço infeliz és o que sou. Sem expectativas, sem esperanças, e acima de tudo sem contato direto com seres vivos. Até porque, o passado está fadado a se repetir, e nisso o fato mais marcante dele vai voltar: o ato de esquecimento sobre a sua existência num único piscar de olhos desconhecido.

Final prematuro ao qual estou destinado. Mais uma vida jogada ao lixo pois ela não conseguiu se incluir na sociedade. Mais um final infeliz para aqueles iguais que também nem chegaram a viver. E apenas uma brisa fria inconveniente para o resto do mundo.

Coleção de nadas.

E mais uma vez eu me vejo em depressão. Motivos diferentes, mas a mesma sensação de remorsos que consome a tudo aquilo em que entra em contato. Um ano se passou e a única coisa que mudou foi os motivos, e o tamanho do remorso sentido. Conforme a idade foi aumentada, todas as merdas da vida com ela também cresceram.

Mais uma vez me vejo parada olhando para o meu interior e só vendo tudo aquilo o qual eu jurei que nunca seria. O ditado popular sobre as mudanças na vida se diz real a cada instante novo. Nós nos tornamos aquilo que odiamos quando criança.

Eis aqui mais uma frustada e quebrada, o resultado de um ego invejoso e que só sabe se expressar por palavras. Aquela que nunca vai conseguir dar um passo à frente sem desistir antes de mandar os impulsos elétricos moverem o corpo. Tarde demais para salvar essa pobre alma consumida por um ego narcisista e lírico que teme a evolução.

"Se faz sentir, faz sentido."

Não dessa vez. Não com essa pessoa. E principalmente, não nessa vida. Nada, nem nenhuma lágrima seria capaz de mudar este caminho que não tem começo nem fim. Neste caso só existe a glória eterna de um nada. A total e completa inexistência de futuro, o qual é escrito por mágoas e remorsos. E se tiver algum amor ou prazer nele, foi só uma ilusão de uma estória criada por outra alma dilacerada.

Um brinde ao passado; aquele que te destruiu e reconstruiu. E que de nada adiantou.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O zero absoluto negativo.

Sabe quando o fim do poço não está mais tão longe? Quando você abre os olhos e percebe que já está de joelhos nele, encolhida numa posição fetal para diminuir a dor da vida? Quando a idade te maltrata emocionalmente, te insultando a cada instante por não ter dado valor as coisas? Quando a solidão não é a sua melhor amiga, pois até ela se foi. É nesse momento em que me encontro, encolhida do mundo, chorando por tudo e por nada.

Da infância perdida só sobrou as lembraças com a desilusão atual. Saudades dos dias em que poderia cair de cara e levantar rindo, sem nenhum arranhão. Sem dor, sem arrependimento, sem marcas que ficarão para sempre. Chegou o ponto em que as lágrimas só abrem as feridas, e ao descer o rosto o rasga como se fosse ácido. Morfina nenhuma pode diminuir as doras da existência, aprofundada a cada instante, sendo potencializada a cada adeus silencioso.

Viajo em sonhos ao passado, e ao futuro imaginado. Rezo a Deus qualquer mudar a rotina, ou por um coma imerso num sonho de infância novamente. Anjo ou santo de religião nenhuma conseguirá o milagre de invertar o tempo e as ações. Corro atrás de mim ainda menina, tento ensina-lá a mudar. De que adianta o meu passado ter criado um caratér, se não existe como o exercitar?

"Nascemos sozinhos e morremos sozinhos." A cada instante me desafio a filosofar sobre a vida e a morte, e a única verdade é que adquirimos a solidão do mesmo jeito que a mente cansada adquire o esquecimento. Como forma de evitar choros desnecessários a solidão vem, e fica. Fica por anos a fio, e te deixa.

De tão inerte que o mundo ficou nem o choro mais tem barulho. Nem o silêncio chega a ter som de silêncio. Sobrando assim apenas o negativo de tudo que vai muito mais além do que o nada. Choro novamente por tudos, por todos, e por nada. Principalmente por aqueles que já foram tudo e me deixaram apenas uma lição incompleta a compreender: A vida. Ou melhor, a minha vida. 

Poetisa da vida acabei me tornando, presa num cotidiano inerte que parece se alongar a cada batida desritmada de um coração fálido de vida. Quando a saudade expressa pelas palavras não passam de uma mera desculpa para a mente que na verdade clama um soco. Linhas estúpidas fugindo da lama que me envolve, e chegando ao mundo como um grito mudo. Ninguém viu nada, ou ouviu. E assim mais um morre com todas as palavras sufocadas, expressa apenas na literatura que nunca será estudada.

sábado, 17 de setembro de 2011

What's the point in chasing if I can't enjoy your face.

Fecho os olhos e vejo o último ano passar em segundos pela mente. A maturidade agora me atinge dolorosamente. Em meses dos quais eu nem me lembro meu ser foi alterado. Fecho os olhos novamente e percebo que você se foi. Ao seu lado eu nunca senti o vento ou frio, e é assim que eu percebo que durante esse tempo indeterminado um dia você se foi. Vivo num infinito pôr-do-sol que não me esquenta, apenas cega. Sol nutrido das minhas desilusões que suga mais da minha vida a cada segundo.

Te vi ser tirado de mim igual a água que minha mão não consegue segurar. Nem toda a sabedoria que a filosofia me deu me fizeram capaz de entender algo tão pequeno e rápido quanto o impacto da sua destruição. Te vejo em todos os cantos, em todos os rostos, mas nunca acho o seu. Dislexia provocada pela sua ausência, que aumenta conforme a minha necessidade da sua presença ao meu lado, nem que seja de uma forma imaginária.

E agora uso a minha incapacidade de chorar como vantagem, pois sua ausência dói mais a cada dia em que minha mente está ativa. Imagino aonde você está, e me imagino mais uma vez a te enviar um beijo pelos ventos murmurado de um adeus. Meus dedos cansados já sagram de tantos escrever estórias de amor para ti, sendo que seus olhos nunca vão poder encontrar-las. E meu coração agora seco bombeia a poeira do que um dia já foi sangue que me nutria.

A cada verso vindo do meu orgão principal desativado chora ao som do desespero. Não tenho mais forças para procurar algo novo da vida, até porque te tirar de mim seria pior do que a morte. Em tão pouco tempo você me mutou em algo mais sincero, o qual transpira realidade. Acho que a saudade em excesso de você em outras vidas só está fazendo efeito agora.

Saudade, amor, carinho, necessidade, inércia, e o nada. Este foi o meu ciclo vicioso com você, e vai continuar a ser. Um dia sem você será a destruição, os últimos minutos de sanidade antes da morte de mais uma vitima da síndrome do coração partido. E a única coisa da qual eu rezo para acontecer é que na minha memória cinematográfica de uma vida esteja você. Assim finalmente vou encontrar seu rosto verdadeiro, e amenizar a dor do fim. Os pulmões sedentos por ar que serão repletos pelo seu aroma. A mente querendo dormir um sonho eterno. Sua voz sendo murmura contra mim, doce e suave, amorosa e plena. Íris dilatalas pela última vez, mostrando tanta emoção e ação quando a criação do universo. E o coração batendo novamente, até quebrar igual um relógio velho sem concerto, que será a minha existência.

domingo, 11 de setembro de 2011

Talvez.

O não machuca, mas ensina a continuar a viver. O sim completa e alegra, mas é exigente e complicado com o passar do tempo. E o talvez, ah o talvez. Esse é o pior de todos, ele é o sabor agridoce proveniente do sim e do não, com uma pitada a mais de tortura mental e emocional. Otalvez ilude, destrói, e é o mais comum no mundo. E aquele que me mata.

No lugar de um ponto final, ele coloca um espeço infinito que definha a toda e qualquer esperança. Ele te dá um segundo próximo ao sim, apenas para se divertir com o nada. Um infarto disfarçado de hiperventilação. Dor disfarçada de alegria futura.

E hoje mais do que nunca eu clamo por um não. Sonho com o dia com que o não será jogado na minha cara, para que finalmente tudo seja deixa para trás. Cansei de sentir a brisa gelada congelar as minhas lágrimas que ainda estão nos meus olhos. Quero poder sentar ao Sol sem pensar em nada, apenas ódia-lo, e não aprecia-lo igual quando se está triste.

Quero poder andar na rua sem procurar os seus olhos nos meus. Sem pensar que vou te encontrarem qualquer esquina. Sem respirar e sentir uma dor se espalhar pelo meu torax. Sem você. Finalmente o fim, o não disso tudo. Finalmente a liberdade do não, que te impulsiona a algo maior.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Um final não-feliz para sempre.

Era uma vez um ser vivo. Não era uma princesa. Não era um ser encantado. Não vivia em um castelo. Não tinha poderes mágicos, fadas madrinhas, madrastas malvadas, e todas outras bobagens encantadas. Era simplesmente um ser vivo com uma vida, que fazia o seu melhor a cada dia. Alguém que não esquecia das marcas que a vida lhe deixou. E que tinha sentimentos como cada pedaço do planeta.

Um dia ele se sentiu vazio, normal isso. Normal agora, que se tornou rotina. Ele procurava por algo novo, algo que o faria se sentir vivo novamente. Mas parecia que nada se importava com ele, afinal quem ligaria quando se tem para vender e ocupar espaços com sonhos considerados tão lindos quanto os contos de fadas.E graças a isso, a cada instante ele caia mais e mais entregue a inércia mundial que o rodeava.

A busca por uma alma modificada que o completasse era pior a cada dia. E assim o tempo foi passando. E o conformismo trouxe a alegria. "Se na sociedade não existe alguém, eu não chorarei pelo inexistente." E ele repetia isso a cada dia, quando a dor lhe apertava mais enquanto olhava o pôr-do-sol. A tristeza tornou-se um mantra em sua vida. Pobre ser vivo normal, ele não percebia que tudo aquilo era apenas injúria por não ter algo fantasioso na vida. Ele não conseguia nem ver o contraste das cores, ou ouvir o canto dos pássaros.

E assim o ser vivo alterava-se para ser não-tão-vivo a cada novo dia. E quando finalmente algo novo surgiu, ele apenas ignorou. Ele já estava feliz definhando. Com isso o máximo que ele fez foi sorrir a ver aquela nova alma cheia de vida, radiante de tudo que despertava curiosidade de conhecer e ir embora. E assim mais uma vida foi desperdiçada.

Tristeza e solidão disfarçadas de alegria egocentrica. E o fim doce e dançante chegou, como a tristeza disfarçada de satisfação que se tem quando se acaba de comer uma bala. Um gosto de quero mais amargo que se gruda a língua, mas que é ignorado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A primeira e mais difícil frase do livro atemporal.

Nascemos sozinhos e morremos sozinhos a cada capítulo do livro da vida. A história descrita já não é mais tão tão bela quanto era nos anos inocentes. A tinta dourada agora não passa de um ocre ficando podre a cada nova linha. Tento prestar atenção a leitura em voz alta que me faz repetir dias. Quando foi o primeiro sinal de que o ponto em que você se sente tão velho que deixa de acreditar nas coisas básicas começou?

Tudo que volta é a lembrança é o pôr-do-sol. Claro e intenso, capaz de te cegar com tanta delicadeza que você nem sentiria. Eu não deveria ter sentado e apreciado a ele, deveria ter corrido até meu corpo cansar. Este foi o início, o ponto final da juventude vinda com o conformismo que tomou posse da minha mente. Acreditei que ali era o fim, que a liberdade, a alegria e que o amor eram apenas para bebês. Deixei abater, e sob o sol deitei queimando a minha consciência.

Inércia disfarçada de preservação institiva própria. Um sentimento blasé domina a vida.

Agora começa a hora em eu tento me agarrar a todos indicios de vida que aparecem a visão. Cada palavra de consolo parece ser atribuidas a si. E assim um novo final começa a ser queimado. Tudo aquilo que poderia ter sido é classificado como "eu nunca quis isso realmente". E a fuga do passado em direção as novas linhas começa com um salto pela emoções, agarrando apenas as que lhe forem convenientes para um novo começo. Até porque, com o decorrer da história as outras lhe serão adquiridas como um tapa na cara.

Um novo ciclo vicioso blasé se inicia. Aqueles que tiverem tempo a perder o seguem, o resto fecha os olhos e para de ler. Ler te faz adquirir um coração, o que ao mesmo tempo em que ensina, machuca. Fazer o que se eu gosto desse gosto agridoce vindo de um coração novo? Assim vou continuar escrevendo vidas, alterando capítulos dourados, e filosofando com o pó. Tudo pelo simples gosto umami viciante que só pode ser adquirido dessa maneira.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Find a way.

Fácil como soprar um dente-de-leão, os ares da renovação chegaram. Me vejo agora num cenário que já foi imaginário, cujo o qual segue ditado como uma melodia. Vida sendo afinada como cordas musicais, palavras não ditas ecoando no suave som de uma ocarina.

Como um deja vu defeituoso, me vejo novamente entre a cruz e a espada. Razão contra emoção. O tempo passou rápido desde a última vez que a razão ganhou. Se falar que sinto que errei estarei mentindo, afinal nunca liguei para emoções, mas não posso ignorar os sinais do universos que tentam a me obrigar a escolher a emoção dessa vez.

Fugi, corri de encarar as coisas o máximo que pude, e quando finalmente cai de cansaço percebi que estava a beira de um precipicio. Enquanto uma brisa me empurra para o mar que traz a morte por dentro, outra me empurra a um passo anterior que me leva aos medos, alegrias e desconhecido. Este é o ponto final de uma vida, qualquer diração vai me levar a outra etapa. Mas e se agora a minha fênix se esqueçer de ressurgir e me deixar a deriva do fim real não importa qual caminho seja seguido?

"Errar uma vez é normal, duas é burrice." Será mesmo a segunda vez burrice, ou apenas o desespero carnal de se preservar?

Prefiro a não atitude, o não correr, o sentar a beira e apreciar o tempo restante. Não deve doer tanto se eu fechar os olhos e seguir pra qualquer lado. Ainda tenho uma estrela dá sorte para me guiar e não é por acaso, então vou dilatar minha visão e esperar anciosamente o brilho dela me levando para o melhor. Uma vez que se tem uma estrela amada, nunca se estará perdido. Sei que o meu caminho vai brilhar da cor mais linda das galáxias, e aceitar o que vier como se fosse minha escolha. É necessário tirar o melhor do momento e das pessoas, afinal, ser vivo precisa viver e exaltar isso.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E se...

Abro os olhos e me reparo com um mundo coberto de "e se". Cada atitude não tomada marca a minha pele como cicatriz feita por bisturis na mãos de uma criança. Sem controle, profundo e com fim apenas quando o medo toma conta. E tudo o que resta é um vazio sutil, do qual você apenas toma noção que existe quando respira fundo e fica sem força para se suportar sobre os seus joelhos.

Me tornei um frágil pássaro com asas quebradas, minhas penas manchadas agora de sangue e sujeira marcam o meu passado. Sem poder voar afundo mais a cada instante, tendo minhas anchoras fincadas em tudo o que poderia ser mas que por um simples detalhe que faltava não foi. O céu nunca pareceu tão longe, e no pôr dele nunca ouve tantos nuances de rosa como agora. Mas de que adianta essa bela visão sendo que a cada segundo me sufoco mais em mim?

Nem todas risadas estelares conseguem me alegrar e dar impulso para voar. Uma vez que o coração se partiu, nada mais o deixara perfeito. E este pobre coração não consegue mais ter forças para pulsar as asas que procuram por liberdade.

Acho que este deve ser o fim, com mágoas enforcadoras, asas despedaçando-se, e sangue gelado. Mas mesmo estando a um passo do fundo do poço não posso negar que a luz vibrante de seu topo me atrai. Ainda tenho mais um "e se..." guardado com amor, e se o destino não for tão maldito ele me deixará conhecer o calor, amor, brilho e futuro que o Sol me trará. Vou me agarrar a esse último fio de calor e deixar que ele me guie.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Oh my darling, now you can be afraid.

Once upon a time,
Everything was in the right place.
It was before you. Before your attitude conquers me.
Oh darling, look how much messy you left me.

The new me is like a hurricane, all because of you.
Can't you see what you did? Can't you take off what blinds you?
Oh my darling, come alive. You know what you did to me.
You're such a thief in this game.

All I wanna do you is make you lose your calm.
Let me play with your mind the way you did with mine.
I wanna make you wanna scream for help everytime you think about me.

Let the hurt and bruises teach you to not play with empty hearts.
Play with fire is more safe that with my messy mind.

One more thing, don't say before that I didn't tell you about it.
I will hurt, I will makes you fall-over-heels, and my hushed voice will sing you to sleep.
And even after all of it, finally I will make you cry calling you mommy, and when you do it, you will know that this is the price that you pay when you plays with the calm before the storm.

sábado, 6 de agosto de 2011

You.

And there you come, so pretty, so classy. I can imagine yours lips calling my name over and over again. Even when you're moody, you can make the hole world stops to admire your prettiness. Bones to flesh, you're someting that makes everyone wants a little more. Rainbows come to tears for you, alfa and omega of the universe jump of happiness because of you. How come someone so weak and tiny makes it to everything?

It must be a inside joke of some God, that makes everything that was called freak blossom into something gorgeous. Like lotus, you just came up showing that all the dirty in the world can't pollutes yours delicated skin. You're made of the most perfect code. In the infinite never again will ever live something better than you.

Oh my darling, stop from running to be someone Clementine and accept the love that you deserve. Nothing will hurt you, cuz you are stronger than you think. You're the star that shines, not the one that falls apart. You're unique.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Memento Mori.

E mais uma vez aqui você e eu, sentados olhando as estrelas. Nossos corpos estão ficam tão gélidos quanto o de fétidos cadaveres, mas tudo bem já que estamos juntos. O frio extremo invernal parece apenas um sopro refrescante nesse instante. Hipotermia? Foda-se isso, prefiro passar mal de frio ao seu lado do que ser feliz sozinho no verão infernal deste país tropical.

A única coisa que me gela a espinha é quando você brinca com meus cabelos com seus finos dedos congelantes. Mas toda vez que suas digitais são pressionadas contra minha fraca carne, sinto minha alma ser queimada. Devo ter chegado ao ponto em que ser amado é tão bom que não importa as dores.

E como sempre a noite chegou ao seu apice. A lua sofredora apareceu no céu. E embalados pelo som das estrelas começamos a nossa Danse Macabre. Em passos ritmados deixamos de tocar o chão, pisando apenas no que deixamos para trás da vida corporea. Vejo agora suas rubras maçãs mudarem de cor, e a ficarem mais expressivas graças ao seu sorriso geral pela batida que altera o que sobrou dos seus batimentos cardiacos.

Bata palmas três vezes, agora um plié, em seguida gire e caia. Está tudo pronto, nada mais sobrou. Deitados em campos de rosas mortas seremos banhados pela lua. A pigmentação escura das pétalas prestes a se despedaçar irá envolver os nossos olhos. No escuro seguiremos dançando, e celebrando nossos últimos minutos de alegria viva.

Abra bem os seus olhos. Atice seus instintos. Sinta o doce aroma da morte ao seu redor, e observe tudo ficar mais belo. A eternidade não tem uma gosto bom?

domingo, 12 de junho de 2011

Questão de Sabedoria.

Fecho os olhos, e tudo que ouço são os gritos desesperados por amor. Gritos vindos de todos os cantos, de todas as potências, e de todas as línguas. Gritos de angustia, de dor, de vergonha, de apenas carência. Gritos que ecoam, que te batem no rosto com a força de um soco.

Gritos e mais gritos, carências e mais carências.
Eis a questão: o que é mais importante "amar ou ser amado"?

Enquanto o mundo inteiro agoniza numa reza continua implorando para ser amado, tudo que eu consigo captar é um sussuro baixo vindo de corações dilacerados dizendo:

- "Se você não tem capacidade de amar, nunca será amado."

Verdade seja dita, ser amado não te faz ser uma pessoa melhor, mas amar a algo, isso sim te faz ver estrelas em todos os cantos. O ato de amar criar todos tipos de ações que movem o mundo, enquanto receber amor apenas cria seres mesquinhos. Mas que vergonha do universo criar seres tão viciados em algo que apenas enche seu ego.

Não chores criança por não ser amado pela sua garotinha ruiva, toda essa amargura apenas vai tirar o doce do seu coração. Cante seu amor por ela ao ventos, pois uma hora ele vai acertar ela. Enquanto isso não acontece, aproveite o conhecimento de que você é um ser superior, que não necessita do amor para justicar boas ações ou enaltecer seu ego.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

3D

Olhos doloridos, lacrimejam como se jorrassem sangue sem parar.
O ardor sendo comprimido pelo visão turva.
O sol queimando levemente a retina, transportando o ser a uma nova dimensão visual.
O arranhão na pupila agora coça incansavelmente.

Colírios somem de vista, assim como toda água potavel desaparece na hora da sede.

Mais um cego no mundo.
Cego superficial, assim como aquele que ignora as coisas a sua volta.
A, mas esse era tão lúcido,
E pensar que um simples toque no olhar pode alterar tudo.

Pedaços especiais de vidro não podem mudar essa condição,
Pois uma vez que a profundidade mudou,
Nada, nem mesmo agulhas podem trazer de volta.

Dedos não encostam mais objetos,
Tropeços viram rotina.

E pensar que algo tão fácil se tornou um obstáculo.
Saudade de quando o tato funcionava bem.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Delirios sobre o futuro e o passado.

Ainda me lembro de quando eu era menina. Tenho cada detalhe dessa época cravado em minha mente, cada sorriso, cada cantiga de ninar. Mas não ache que são essas que todas crianças conhecem. As minhas eram especiais. Elas eram as músicas tocavas no violão que tinham as melodias mais bonitas dos anos 80 e 90.

Não havia um dia em que eu não escutava os cds do Legião Urbana do meu pai. Ou no qual eu não escutasse outra música antiga que meus pais adoravam. Tanto que eu aprendi inglês ouvindo Elvis.
Aprendi a dar valor as pessoa, e a momento pequenos e calmos da vida com essas músicas. Eu sempre fui mais viciada em música do que qualquer outra coisa. E eu tenho certeza que a simplicidade da vida há 13 anos atrás, e as músicas bem trabalhas daquela época que me deram uma boa infância.

Não acho que as crianças de agora aproveitem tanto essa fase inocente e de aprendizado tendo tanta tecnologia, e não dando valor a algo porque ganhou fácil. Eu apenas não consigo imaginar uma boa infância sem aquilo que me alegrava anos atrás. Não entra na minha cabeça que o mundo está evoluindo, e com isso o modo de agir e pensar dessa geração seja tão diferente. É como se em 10 anos tivesse sido criada uma barreira cultural equivalente a 50 anos.

Onde está a felicidade de ter um animal de estimação como amigo no lugar de um celular?
Desde quando as vacas entraram em extinção? Já que agora as crianças acham que o leite vem da caixa. Cadê a ingênuidade que fazia com que elas acreditassem em mitos folcloricos?

Onde está toda a beleza que existia antes dessa que é chamada a melhor época da vida? Cadê?

terça-feira, 24 de maio de 2011

The starry night of one star & one lover.

Good morning sunshine.
No, goodnight moonlight.
Oh, wait, now you're a falling star.
Should I start to run looking for you now?
Please, wait for me, I need to find my jar of wishes.

I need to have you only for me.
The world could not see you, 'cuz he gonna try to change you.
He doesn't know how to love something the way it is.

The only way that he knows how to be kind, is putting flowers in your grave.

Shh. Don't scream it, it's bad, it's ugly.

"Give me some rose, and I gonna be yours forever."

I said: "Shh." Hush down, and be calm.
I know that it looks like it gonna last forever, but it's fake.

Please, don't leave me. Don't you remember that year?

Oh. It's looks like I'm the only one that remember of it.
It started with a cold summer, and ended in a hot & carnal winter.

No, now the sun is coming to find me.
I wasted all night trying to make you love me, but it's might be impossible.
So take all the feelings that you want from me. I don't need love anymore.

And please, send to me one invite to your funeral.
I will give you in your death a rose.
'Cuz by that way you gonna make my wish come true.

Mar a dentro, Mar a fora.

Mar a dentro ela ia, debatendo contras as ondas que insistiam em mandá-la para a praia. Desespera pra que canse-se a ponto que a necessidade e o instinto lutador dentro dela não a jogasse para acima das águas. Era como se toda a falta de confiança na humanidade que ela tinha tivesse se tornado ódio contra o próprio ar. Pobre ar, estava levando a culpa de todos, quando o único mal que ele fizera para ela foi brincar com seus cabelos delicados, e apalpar leve e friamente o seu rosto.

Quando ela se tornou tão ingênua a ponto de não perceber que o céu chorava por ela?

Mimada, você não merece sair ilesa, se é tão boba. Conseguiu encantar a vida, e mudar a ordem natural, mas nem isso te alegrou. De tão egocentrica, realmente pensou que o fim do mundo seria o fim da sua vida. Não é porque os céus choram agora, que eles não vão superar isso.

Parece que só agora o universo percebeu que ser tão bom com alguém não é o aquela pessoa realmente necessita. Mimar alguém lhe dando milhares dias de Sol nada mais fará do que lhe queimar os miolos.

Agora com os lábios tocados pelo lindo azul royal da hipotermia ela perceberá que isso não é o que ela realmente desejava fazer de sua vida. Tarde demais, nenhuma roleta russa vem com um botão de desligar ou cena anterior.

Pelo menos agora, em seus últimos segundos, ela perceberá que tudo aquilo que ela dizia odiar, na verdade foi a melhor vida dela. Cada partícula da criação do universo dentro dela não estava morrendo, mas apenas se transformando. Do universo, para o universo. Cada partícula de carbono do qual ela se dizia dona, nunca foi seu, pois ela mesma pertencia a outro.
A água salgada que entra em seus pulmões e os queimavam não estava querendo machuca-lá, mas apenas tomar o que era seu desde o principio de volta.

Agora seu corpo sem cor, sem vida descia tocava o ínicio da zona abissal. Ser bonita lá não faria diferença, nem seu vestido vitoriano seria admirado. Esse sim seria o esquecimento absoluto para ela.

Nem tudo é imortal, muito menos infinito. Seu tempo acabou, o jogo também. Afinal, qual seria a graça da roleta russa se não existir um final trágico para um, e sádico para outro?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Awaking my soul again.

Era como se só agora eu pudesse me sentir completa novamente. Como se a ferida que cicatrizou só pudesse ser sentida fechada quando a água gelada encostasse na pele, e nisso não gelasse a alma. A ferida ainda estava viva em minha mente, pelo medo de ainda ter a minha alma aos cacos. Medo de levar a minha confusão interna para os outros. Medo de ainda ser aquilo que eu odiava. Mas agora percebo que realmente o tempo cura todo o mal, a ferida já não está mais viva, e arde para fixar na minha mente que ela está ali.

Só agora conseguir perceber que tudo aquilo se fora, que eu realmente tive uma segunda chance de viver deixando tudo aquilo para tras como se fosse a alguém que morreu, e só deve ser lembrado como uma pequena fase na extensidade da vida. Segunda chance essa que parece ser mais viva, onde a sabedoria deixada pela confusão me guia pelos caminhos agora já mapeados da minha mente, onde agora posso caminhar sem medo.

Finalmente posso me sentir livre, posso ver que as lágrimas que não me descem não é ressentimento, mas um sinal de que estou estremamente viva porque eu não necessito delas como anteriormente. Agora posso seguir meu caminho, criar meus sonhos, e não ter medo de estragar alguém que é belo por dentro. Não necessito viver com medo de tocar a luz na escuridão, pois ela já está em partes dentro de mim. O que é belo não me assusta mais, pois minhas mãos foram ensinadas agora a toca-lo e molda-lo em algo melhor.

Assim como fênix, aqui estou eu, ressurgi da minha tempestade mental e emocional que parecia não ter fim. Minhas cinzas foram levadas pelos ventos, deixando apenas o necessário delas para me mostrar que o pior já se foi, e que daqui pra frente nada vai me ferir como antes. Aqui estou eu, viva e inteira. O que o destino quiser me dar eu vou aceitar e superar.

Dos cacos para o renascimento. Finalmente minha alma pode cantar livremente a todo pulmões que está livre. Venha vento dançar comigo acariciando minha pele e cabelos. Venha chuva mostrar que é bela e que não machuca ninguém. Venha ó Sol aquecer esses corações vazios igual fez com o meu. Venha tempestade para revelar os verdadeiros ideais e o que deve ser defendido até o fim. E venham o tempo para curar tudo, e amadurecer os pensamentos.

Hoje você vai viver, vai seguir cada instinto seu. E você verá que a sua alma se sente completa.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

À Noite.

Encaro o laranja do pôr-do-sol se degenerando no céu pré-noite. O que era laranja e cheio de vida se torna branco, a ausência de tudo, para enfim se tornar preto e com pontos brilhantes estelares. Meus olhos fixam-se no funeral do dia que ocorre sobre a minha cabeça. A transformação de algo dito belo e alegre, o dia, em algo pseudo horrível. Luz contra sombras, e no meio termo o vazio.

No meu DNA paulista encontra-se algo que age como um vício, o ato de olhar para o céu para terminar com os conflitos filosóficos dentro de mim. É como se voltar ao passado, usando o céu como bússola só que agora para achar o caminho de volta ao meu eu.

Olho para o céu novamente, agora o céu veste uma capa negra com pontos brilhantes de cores diversas, todas elas estando dez vezes mais encantadoras do que seriam durante o dia. É como se apenas quando tudo se fosse após o vazio temporário, que finalmente algo belo possa existir.

Entre tudo isso tem um ponto maior e mais belo, a primeira estrela a aparecer no céu. Aquela que é amada por pessoas sonhadoras, e que realiza desejo de necessitados e, pedidos de corações sofredores. E a essa é a que eu chamo de amiga, pois em cada dilema em minha vida, lá estava ela no céu, me ajudando a me reerguer, e a me focar numa saída.

Eu prefiro a escuridão, prefiro ela dentro de mim do que a luz que sempre vai embora. Eu quero a beleza real das coisas, não a perfeição temporária. Quero um único ponto de luz após o vazio, não luz que machuca e que acaba em segundos. Não quero sempre a tempestade antes da calmaria.

Não me traga uma falsa luz, não me deixe sob o dia. Quero a noite, quero a escuridão, quero algo real e belo, quero as estrelas. Quero minha bússola mental sobre minha cabeça e gravada nas minhas pálpebras. E acima de tudo, quero algo que possa me ajudar a enfrentar o vazio de cabeça erguida, ou seja, a minha estrela que é a única que pode ler o meu coração.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Não perca a Esperança.

Ainda me lembro do seu sorriso, e imagino seus lábios chamando o meu nome. Você não faz noção de quão grande é a saudade que restou em mim sobre você. Ainda sonho contigo. Eu continuo te perseguindo em sonhos para ter o seu sorriso por um segundo voltado para mim. E nesse segundo eu me sinto em paz, como se aquilo fosse a única coisa que me faltava.

E em cada vez que isso acontece, eu me pego sorrindo e desejando mais e mais o mundo para ti, e que nunca uma lágrima sua chegue a existir. Por você sinto todos os tipos possiveis de desejos para o bem ao próximo, e desejo também poder estar ao seu lado te protegendo de tudo e de todos.

Eu acabei te deixando partir sem mesmo tentar, e você fez o mesmo. Ambos por medo reprimimos algo que queriamos. Me pergunto: você ainda sente algo ao pensar em mim? Acredito que sim, porque senão seria mais dolorido eu te tirar da minha mente.

Penso em você assim como a água, você me escorreu pelo os dedos, quando eu fui te procurar você já tinha ido. Mas eu sei que vou te ver novamente, porque assim como a água que se transforma para depois voltar na forma de chuva, lavando tudo de ruim embora e trazendo boas novas. Sei que quando eu te ver novamente vou sentir como se minha alma fosse lavada, só o que é bom vai ficar.

Enquanto isso, vou ir mantendo um sorriso no meu rosto parecido com os seus. Vou me impedir de me sentir sozinha, e cansada de esperar. Porque afinal, se eu ficar assim de que vai adiantar eu te procurar? Eu te quero o bem, e desejo o mesmo para mim. E acima de tudo, não me deixarei abalar por um desencontro, pois tenho a impressão de que ainda vão existir vários encontros nas nossas vidas.

Dias bonitos virão, e neles nossos sorrisos e destinos vão se encontrar. E aqui eu enterro a minha carência, que reste em mim apenas sorrisos para apreciar dias ensolarados.

sábado, 19 de março de 2011

Nós ou a sós.

Saudade; falta; vazio.

Ressentimento, falta de ação, eu.

Passado; confuso; você.

Inalcançável; impossível; destino; nós.

Meu eu mais secreto expõe-se facilmente como um satélite seu perdido no espaço de minhas confusões mentais. Imagens do que nunca aconteceu me mostram todos os meus erros; atos e medos irrácionais que tem culpa infinita sobre este corpo de carne e ossos que não consegue suportar pressão. Enquanto eu estou aqui me culpando do que nunca aconteceu, ai está você vivendo, sendo feliz. Por mais cruel que isso seja, eu queria te ter na palma da minha mão, como um boneco, sofrendo tudo por mim.

Por que?

Simples, agora eu sou apenas um ser sem controle, que cansado de tudo, quer se divertir vendo os outros sofrerem por ele. Mas fazer o que se você tem meu coração em suas mãos? Ignorar não adianta mais, já que todas células do meu corpo não te desejam mal algum, apenas te querem ou te desejam a eternidade, e a glória de herois gregos.

Palmas para ti, que inteligentemente não se abala.

E nisso o inferno me aguarda, para dar o troco do que falta.

quinta-feira, 17 de março de 2011

The calm before the storm.

A falsa ideia de paz me persegue. Ela sempre esteve comigo, me atacando de dentro pra fora, rasgando tudo o que encontra na hora que explode e se expõe. Me destruindo mentalmente para a sua diversão num jogo sádico no qual eu sou a única perdedora.

Onde o lado subconsciente não é tão sub, mas sobre. Onde eu sou apenas uma marionete de tudo que fica guardado para não ser revelado, mas que no final acaba aparecendo como um balde de água fria na cara desolada que aqui está. Um jogo sem final que apenas serve como pavio para novas emoções, sendo elas boas e ruins.

Aqui o mal se esconde longe da luz, mas não deixa de aprecia-lá, ele apenas não a toca para não acabar com a única coisa bela que lhe resta.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A bipolaridade.

Já perdi a conta de quantas vezes minha mente fugiu de mim, e me deixou a mercê de meus sentimentos. Passadas, presentes, e futuras sensações e emoções se entrelaçam tornando tudo um grande céu nublado bipolar, ora chove, ora explode. Mas a tempestade que lava tudo embora, bom e ruim, nunca vem para mim que aqui neste campo aberto estou esperando para ser atingida por este banho que vem dos céus para me lavar a alma.

E agora cadê o tempo que passa correndo para curar tudo?

Onde está o Sol trazendo renovação?

Cadê as estrelas me mostrando um caminho seguro?

Acho que sobraram apenas os raios e trovões para me ensinar a não temer a nada, e não deixar novamente a minha vida nas mãos do destino, pois ele está bem longe nesse momento, e apenas eu posso me guiar.