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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

39,25.

A minha identidade fugiu de mim, não sou mais aquela que sempre soube quem era. Eu simplesmente deixei de ser uma persona. Olho no espelho e vejo um rosto abatido, frágil, e desgastado; olho nas fotos e vejo a vida e a felicidade. Quem estará errado?  Ou o tempo simplesmente regrediu prá época em que se acreditava que as fotografias roubavam um pouco da alma e da vida da pessoa nela?

Nunca fui boa em mostrar minha verdadeira cara, mas agora eu não me vejo em nenhuma das que eu tenho. Perdi tudo junto dos quilos que me mantinham estável e resistente à brisas. Meu medo e desconfiança voltaram a minha rotina. Ou eu apenas estou me apegando a lembraças há muito tempo esquecidas, no qual eu sentia que o tempo ou a maturidade não me alcançavam, no qual minha única evolução era no tempo a mais "vivido".

Quanto tempo se passou desde a última vez em que eu realmente pensei que aquele era o começo do meu desaparecimento?

Estou voltando a ser complexada, e dia após dia acho mais estranho o fato de que estou me acostumando com a fraqueza, o cansaço, e com o desanimo. Cadê toda a vida que eu exalava ano passado?

Me sinto novamente como uma criança tomando pípulas porque seu próprio corpo se recusava a evoluir, ou até mesmo a sobreviver decentemente. Mas aqui vou eu começar novamente uma cruzada contra meu ser à procura da tão sonhada qualidade de vida.