Páginas

sábado, 15 de outubro de 2011

C'est la vie.

Cansei de esperar por mudanças, de acreditar no futuro, das pessoas, e do que elas fazem comigo. Cansei de tudo e de todos. Não aguento mais esse delírio febril que é a vida, tão entediante quanto o vento batendo contra uma parede. Simplesmente cansei de tudo e de todos. Cheguei a um ponto em que me cansei da vida, e da ideia do suicídio também.

Não existe mais o que fazer. Lágrimas não tem mais motivos, muito menos se elas forem quase trazidas a tona pela solidão constante do esquecimento alheio sobre a sua existência. Foda-se o passado e o futuro, o agora e o daqui um segundo. Chega de desculpas, de mentiras brancas, de criar uma vida para ser transmitida aos que nem prestam atenção ao esforço do ator cansado e depressivo.

Pobre palhaço infeliz és o que sou. Sem expectativas, sem esperanças, e acima de tudo sem contato direto com seres vivos. Até porque, o passado está fadado a se repetir, e nisso o fato mais marcante dele vai voltar: o ato de esquecimento sobre a sua existência num único piscar de olhos desconhecido.

Final prematuro ao qual estou destinado. Mais uma vida jogada ao lixo pois ela não conseguiu se incluir na sociedade. Mais um final infeliz para aqueles iguais que também nem chegaram a viver. E apenas uma brisa fria inconveniente para o resto do mundo.

Coleção de nadas.

E mais uma vez eu me vejo em depressão. Motivos diferentes, mas a mesma sensação de remorsos que consome a tudo aquilo em que entra em contato. Um ano se passou e a única coisa que mudou foi os motivos, e o tamanho do remorso sentido. Conforme a idade foi aumentada, todas as merdas da vida com ela também cresceram.

Mais uma vez me vejo parada olhando para o meu interior e só vendo tudo aquilo o qual eu jurei que nunca seria. O ditado popular sobre as mudanças na vida se diz real a cada instante novo. Nós nos tornamos aquilo que odiamos quando criança.

Eis aqui mais uma frustada e quebrada, o resultado de um ego invejoso e que só sabe se expressar por palavras. Aquela que nunca vai conseguir dar um passo à frente sem desistir antes de mandar os impulsos elétricos moverem o corpo. Tarde demais para salvar essa pobre alma consumida por um ego narcisista e lírico que teme a evolução.

"Se faz sentir, faz sentido."

Não dessa vez. Não com essa pessoa. E principalmente, não nessa vida. Nada, nem nenhuma lágrima seria capaz de mudar este caminho que não tem começo nem fim. Neste caso só existe a glória eterna de um nada. A total e completa inexistência de futuro, o qual é escrito por mágoas e remorsos. E se tiver algum amor ou prazer nele, foi só uma ilusão de uma estória criada por outra alma dilacerada.

Um brinde ao passado; aquele que te destruiu e reconstruiu. E que de nada adiantou.