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sábado, 17 de setembro de 2011

What's the point in chasing if I can't enjoy your face.

Fecho os olhos e vejo o último ano passar em segundos pela mente. A maturidade agora me atinge dolorosamente. Em meses dos quais eu nem me lembro meu ser foi alterado. Fecho os olhos novamente e percebo que você se foi. Ao seu lado eu nunca senti o vento ou frio, e é assim que eu percebo que durante esse tempo indeterminado um dia você se foi. Vivo num infinito pôr-do-sol que não me esquenta, apenas cega. Sol nutrido das minhas desilusões que suga mais da minha vida a cada segundo.

Te vi ser tirado de mim igual a água que minha mão não consegue segurar. Nem toda a sabedoria que a filosofia me deu me fizeram capaz de entender algo tão pequeno e rápido quanto o impacto da sua destruição. Te vejo em todos os cantos, em todos os rostos, mas nunca acho o seu. Dislexia provocada pela sua ausência, que aumenta conforme a minha necessidade da sua presença ao meu lado, nem que seja de uma forma imaginária.

E agora uso a minha incapacidade de chorar como vantagem, pois sua ausência dói mais a cada dia em que minha mente está ativa. Imagino aonde você está, e me imagino mais uma vez a te enviar um beijo pelos ventos murmurado de um adeus. Meus dedos cansados já sagram de tantos escrever estórias de amor para ti, sendo que seus olhos nunca vão poder encontrar-las. E meu coração agora seco bombeia a poeira do que um dia já foi sangue que me nutria.

A cada verso vindo do meu orgão principal desativado chora ao som do desespero. Não tenho mais forças para procurar algo novo da vida, até porque te tirar de mim seria pior do que a morte. Em tão pouco tempo você me mutou em algo mais sincero, o qual transpira realidade. Acho que a saudade em excesso de você em outras vidas só está fazendo efeito agora.

Saudade, amor, carinho, necessidade, inércia, e o nada. Este foi o meu ciclo vicioso com você, e vai continuar a ser. Um dia sem você será a destruição, os últimos minutos de sanidade antes da morte de mais uma vitima da síndrome do coração partido. E a única coisa da qual eu rezo para acontecer é que na minha memória cinematográfica de uma vida esteja você. Assim finalmente vou encontrar seu rosto verdadeiro, e amenizar a dor do fim. Os pulmões sedentos por ar que serão repletos pelo seu aroma. A mente querendo dormir um sonho eterno. Sua voz sendo murmura contra mim, doce e suave, amorosa e plena. Íris dilatalas pela última vez, mostrando tanta emoção e ação quando a criação do universo. E o coração batendo novamente, até quebrar igual um relógio velho sem concerto, que será a minha existência.

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