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sábado, 9 de março de 2013

Outra paixonite no mundo.

Aqui estou eu cercada por pessoas que mal conheço, e vivendo uns dos momentos mais felizes dos últimos meses. E novamente me sinto fora de eixo, não pertencendo a este lugar. Olho pro lado e me lembro ao olhar para alguém que novamente alguém gosta de mim, e como a última vez eu sinto um frio na espinha ao pensar o por quê dele gostar logo de mim.

Acho que nunca vou deixar de ser essa boneca de cera que finge viver, e que apenas sorri quando tenta sentir ou entender sentimentos desse tipo. Ele se aproxima, e fala comigo como se fosse um velho amigo meu, e como se entendesse a confusão incerta que é a minha mente. Papo vai, papo vem e agora me vejo corando ao ver o quão próximos estamos, e o quão incerta eu sou.

Encaro sem graça o seu sorriso e penso quando foi que me tornei assim, e em menos de cinco segundos lembro de todas as vezes que ouvi que não merecia o amor. Já ouvi isso tanta vezes que isso já é uma ferida cicatrizada, mas por hábito do ser humano evito ele fingido ser ele o causador dessa marca em mim. Me odeio por milésimos de segundos ao refletir o quão cruel eu devo estar sendo, e sempre fui.

Ele sorri e me passa outra bebida, ignoro o mundo e volto a pensar no caos que estou nesse momento. Me vejo novamente em um daqueles momentos cruciais, no que sei que estou sendo inflexível e que mesmo assim não mudo de atitude. Não posso perder a razão, nem mesmo pra quem está tão perto, sorrindo, e alegre em gastar seu tempo comigo. Talvez eu realmente não mereça o amor, isso seria o que eu pensaria caso não lembrasse que só ouvi isso na vida de pessoas que queriam a minha morte depois de me conhecer.

Penso que estou sendo inflexível e com medo de sair da zona de conforto, e ele me diz as mesmas coisas no mesmo instante que termino esse pensamento. Sorrio de volta pra ele sendo sincera pela primeira vez, assumo que estou errada mas não por completo. Ele ganha a razão, e eu a paz de espirito por segundos. Ele continua falando e me pego numa prece para que ele não me ame, porque ai eu teria certeza que minha atitude seria a pior de todas.

A noite acaba e aqui estou eu alegre pelas bebidas de estômago vazio, e arrependida de novo por ser tão egocêntrica, mas ai me lembro que é isso que me mantém viva. Outro dia talvez isso seja algo quando eu deixar de ser tão indecisa e viciada em passar vontade.