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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A verdade instalada numa carta.

 Ao destino, ou karma, ou etc;

Só agora percebi que eu ainda mantive vivo por tanto tempo um último "e se". "E se tudo tivesse sido diferente entre nós, desde o começo?" Pra falar a verdade não teria valido a pena viver esse último "e se". Eu teria me machucado e machucado menos aos outros, mas não teria evoluido ao longo do caminho.

Eu ainda me imaginava voltando no tempo e correndo atras ti, e deixando todos os meus medos de lado apenas pra ver um sorriso no seu rosto ao dizer que gostava de mim. Me imaginava numa situação atual totalmente diferente, talvez com um amor ou até mesmo ingressando na carreira que eu diria ser meu sonho. Tendo um relacionamento perfeito, e me tornando na pessoa mais amavel do universo. Mas nada disso seria real, ou seria eu. O tempo não pode, e não deve andar pra trás.

Esses dois anos foram mais importantes do que tudo em toda a minha vida. Aprendi a me impor, e a me aceitar. E até mesmo que minha paixão está mesmo é nessas linhas embaraçadas. Se eu tivesse ido atras de você eu não seria eu, e por isso não teria descoberto tantas coisas ao meu respeito escrevendo. E nisso nem conheceria o meu futuro. E o mais importante, eu teria construido uma parede não ao meu redor, mas ao seu; e com nisso teria me apoiado apenas em você, e nisso nunca saberia o quão narcisista ou egocentrica eu sou pelo meu próprio bem.

Dois anos no qual que me descobri, e me construi. E posso finalmente falar que me amo de verdade, e que finalmente aceito cada mínimo detalhe do meu ser. Deixei de aquela garotinha que achava que sabia de tudo, e me tornei na que pelo menos sabe tudo ao seu próprio respeito. A felicidade não é algo que você alcança, ela apenas se torna algo seu, e de um minuto pro outro te faz sorrir ao observar tudo no seu trajeto.

Posso estar apenas na metade, ou menos disso da vida. Mas agora eu posso afirmar que não tenho nada do me arrepender.  Tudo acontece por um motivo, ou não; mas eu estou cansada de pensar nisso ao invés de realmente viver minha vida. Mas eu sei que agora tenho um ponto de partida fixo em mim, que venha o futuro, porque já superei o sabor agridoce do passado sem me tornar uma pessoa amarga ao o absorver; o que agora se tornou minhas tábuas de sustentação para o que for que vier com o futuro.

De alguém que cresceu;
Tamires.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O fim.

A lápide foi tirada de lugar, e agora o passado e tudo que já se foi está livre. Cada ato, palavra, suspiro, e surto está livre flutuando pelo ar e contaminando o oxigênio a sua volta. Num giro brusco se depara com os fantasmas de uma vida desperdiçada. Mortos e vivos, todos a encaram esperando ouvir aquelas três palavras que muda o sentido de uma vida, e que nunca foram proferidas por essa boca que tanto sentiu isso em seu coração.

Nunca houve tantos olhares significantes voltados antes para tão insignificante ser. Antes ela tinha a desculpa de ser tão gelada por ser apenas criança, ou uma garota atordoada, mas agora tudo o que sobrou é um semblante estúpido incapaz de se mover por medo do vento a desmontar. Havia tantas feridas expostas em seu corpo frágil de alma que a cada batida do coração a sua vida era tomada. Havia feridas e dor, mas não havia sangue.

Tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. O sangue não corria, assim como a vida em suas veias. Tinha uma alma e um coração batendo, mas não dentro dela. A lápide remexida não era do passado, mas sim sua. Isso era tudo no que uma vida se resumia, fantasmas e dor contaminando um ambiente. Exceto pelo pequeno ponto mais dolorido da visão dela, o ponto tão chato e irritante que ela havia ignorado como se fosse uma pequena inflamação na córnea.

De um canto branco se transformou num amor passado. Agora tudo fazia sentido, o incõmodo não era apenas na córnea, mas sim em sua existencia. Ele ainda estava lá por ela, mesmo depois da sua morte por falta de ação. Talvez ele esteja ali porque o amor realmente importa algo, ou talvez apenas seja o destino causando dor à ela.

Era como se o mundo tivesse encontrado o fim, estando apenas os dois ali num cruzar de olhares incômodo. Nada foi feito novamente, e assim o momento morreu como começou. Num oi engolido, num abraçado recolhido, e na esperança morta no final.