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domingo, 3 de janeiro de 2016

Ode ao inevitável.

Até quando este ser continuará a sobreviver sendo tão romântico sem cura? Não sei mais o quanto poderei suportar de sentimentos engolidos que apenas são expostos através da escrita, nem até quando eu aguentarei sorrindo ao ver um amor querido partir por ser incapaz de expressar egoísmo ao pedir para ficarem. 

E eis a mais pura verdade, um escritor só ama a partir do momento em que eterniza a outra pessoa em poesia. E é exatamente isso ao qual tenho evitado de fazer há meses por medo de admitir aos meus versos tortos que agora o objeto do meu afeto é outro alguém com o qual não terei futuro. 

Neste momento não há canções que me confortem, ou ombros amigos para compreender o quanto essa dor agridoce me sufoca, muito menos o embalar de um sono tranquilo. Talvez seja culpa do estado febril de mais um gripe na cidade da garoa e não o delírio de uma dor emocional se tornando física. Talvez seja apenas mais um sonho no lugar de uma mania infantil que persiste em me deixar doente toda vez em que possuo um grande desejo sobre algo e não consigo alcançá-lo. 

Mas a única certeza que tenho neste momento é que o amo, e que os estou eternizando na história da minha vida escrita. Aqui deixo toda saudade daqueles sorrisos tortos, dos beijos na orelha, do abraço esperando por longos períodos, e da sensação de acordar feliz e de mãos dadas.