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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Meu eu.

Venha meu eu, aquiete o seu choro baixo no embalo do meu peito. Adentre no sono sonâmbulo sem preocupações, e abrace forte esse nosso coração ao embalo de duas cordas vocais que cantam com pesâr. Chore tudo que precisar chorar, tudo que ainda está entalado e que eu nunca permitir sair ou entrar. 

A tormenta já passou junto com os anos de lamentar. Os destroços já foram remontados, e as flores do quintal já voltaram a desabrochar. Ignora este eco, que atualmente só serve como trilha sonora para as noites mais densas. 

Venha meu eu, abrace todo o mundo que nos resta a conquistar. Abraça essa depressão, e aceita que são estas inconstancias que vão nos embalar ao mundo de orpheu. Não tome esses comprimidos e me abrace, apenas me deixe cuidar com zelo de todo essa singularidade que não passa de perfeição. 

Apenas me abrace doce depressão, e me deixe amar todo o meu ser.