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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quando o Sol gelou.

E lá estava você, sentada na grama; isolada do mundo. Encolheu e apenas sentiu o vento cortar sua pele. E o Sol; mas que belo e potente Sol; este fez evaporar a umidade de seus cílios após o choro. O céu e o mundo nunca esteve tão vazio para você como naquele momento. Era como se todas as células do universo tivessem conhecido o fim de sua mortalidade. Não havia mais nada para ti, apenas o não vivo, ou não reagente.

Estranho era conseguir ver tantos rostos ao seu redor ao fechar os olhos. Tantas luzes, felicidade, e vida. Talvez os seus olhos estivessem falhando, e só mostrando a realidade quando deveriam mostrar o nada - pensou consigo mesma. Mas eis que um pequeno pensamento a pos a chorar novamente. "Se minha visão só estivessem falhando, eu não estaira sentada aqui sem sentir no mínimo o calor de alguém próximo, não estou cega, apenas sozinha com memórias."

Ela chorou até sua mente ficar em branco, até o fôlego acabar e, até que o pôr-do-sol chegou até ela. Quem poderia dizer que aquela grande bola de explosões nucleares poderia acalmar aquele fraco coração abalado. Mesmo ele estando tão longe, conseguiu mostrar para ela que ali havia vida, pois havia ali um calor mais forte que o maternal.

Finalmente ela conseguiu ficar em paz. Ela não se importava mais com o fato de que a tristeza e o vazio dentro dela continuavam vivos mesmo após anos. Nada mais importava, pois aquele mero calor que a havia atingido minutos atras mostrou que o muro que a separava do resto do mundo podia ser ultrapassado ou até mesmo quebrado. Tijolo por tijolo, até que seu verdadeiro eu que era tão forte quanto explosões solares fosse liberto, e atingisse a todos.

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