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domingo, 9 de novembro de 2014

02:56

Sob o céu púrpura da cidade cinza, a insônia ataca com esmero contra o seu fim. Trazendo a tona todo o desespero de pequenos universos carnais, que vacilam ao leve toque mental da mortalidade. Anos se passaram desde o seu último encontro, e mesmo assim todo o medo do passado incerto toma seu lugar de volta pela mera lembrança de que o fim se aproxima.

Foram longas sete décadas de um filme da vida sem uma trilha sonora adequada. Cada cena de impacto, ou de procrastinação não recebeu a sua devida homenagem. Todos os louros foram entregues aos tolos escravos da utopia, que roubam o brilho nos olhos de uma heroína brava e depressiva.

Todo o seu universo interno modifica-se com pesar. Aqui está mais uma alma que necessita do amor do toque humano. Mais uma entre as diversas mulheres que choraram e sangraram em nome da vida digna. Mais uma que não recebeu prestígio ao seu coração de aço. E que nunca se entregou durante uma guerra santa que abalou o seu coração. Mais uma alma sonâmbula sob o céu púrpura da cidade de São Paulo.

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