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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A dor.

Meu corpo dói.
Dói como o maior sofrimento do universo.
Dói.
Dói pela menor terminologia nervosa deste corpo.

E cada órgão clama pelo descanso ao se negar a funcionar.
Uma hora o fígado para. Outra hora o coração dói, e a cada batida o corpo treme como efeito colateral da suposta vida. Talvez seja o mesmo efeito dos pulmões que se cansam do trabalho que devia ser automático.

Apenas tem um pedaço de dor instalada em cada célula deste cadáver vivo.

Ainda sofro dos olhos, talvez essa seja a última vez que estes velhos globos oculares vejam o céu cinzento novamente. Ou até mesmo ao último passo de terra sob estes pés que fraquejaram sob o peso da vida considerada saudável. A um passo do pressuposto fim, mas diferente de Ismália não criarei asas ao alçar ao céu, apenas continuarei a ser um cadáver jogado nessa terra benzida de solidão.