Páginas

sábado, 18 de janeiro de 2014

A dor do Universo.

E a carne novamente foi cortada. O novo rasgo profundo e largo, fazendo o seu caminho por entre as entranhas sem vida. O objeto destruiu o seu caminho à dentro, e explodiu em sua saída; porém mesmo assim nenhuma gota de sangue dali fora retirada.

Qual é o máximo de ferimentos que um corpo pode ter antes que toda a vida local chegue a inércia? Antes que tudo se torne insignificante e, cada ferimento deixe de ser ligado as terminações elétricas que produzem a dor. Qual será o limite da dor, do sofrimento, da inconstância do desapego?

E a cada novo 5 segundos do recomeço, sento e ali permaneço. O ciclo já não me interessa mais, nem mesmo os novos horizontes ali prometidos. A casa já está vazia, assim como a última garrafa de bebida alcoólica do mundo. O copo que uma vez já foi o centro do mundo agora não passa de apenas um objeto imundo.

Fecho os olhos e desmaio. Em segundos pulo fora da realidade, do mundo tocável. Mas mesmo fora deste as emoções ainda continuam, e a cada rua deste cérebro a dor se torna mais real do que a própria consciência universal. E assim a dúvida final ataca, apunhalando como se a sua existência depende-se disso:

- Qual será o limite mensurável do universo, quanta dor poderá ter existido no momento de sua criação para que tudo e todos que foram gerados dele sofressem tanto?